Celso Crespin Bevilaqua, ex-dentista de 57 anos, hoje pecuarista em tempo integral no município de Alta Floresta, encravado no extremo norte de Mato Grosso e próximo à divisa com o Pará, é símbolo das mudanças profundas e aceleradas que estão ocorrendo numa área desmatada da Amazônia. Presidente do Sindicato Rural, ele ganhou confiança e liderança no campo e colocou esses trunfos a serviço de uma empreitada pioneira: ajudou a conectar uma organização não governamental (ICV) a fazendeiros e à indústria da carne (Frigorífico JBS), façanha impensável há poucos anos, quando o antagonismo impedia que uma simples conversa fosse entabulada.
Bevilaqua é um dos avalistas da parceria que implantou um ambicioso projeto de produção de carne a pasto de forma rentável em Alta Floresta, respeitando regras ambientais rígidas. “A ênfase é numa economia de baixa emissão de carbono servindo de referência para os elos da cadeia da carne bovina”, explica ele. Os primeiros resultados começaram a ser conhecidos e se revelaram promissores, segundo vários produtores entrevistados.
Foi afastada, portanto, nesse caso, a antipatia histórica entre ONGs, produtores e frigorífico. O motivo: um possível avanço horizontal das milionárias lavouras de grãos, como milho e soja, sobre o espaço ocupado pela pecuária, aliado à urgência de modernização da atividade visando melhorar a produtividade e a qualidade da carne.
Segundo números do Instituto Centro de Vida (ICV), entidade de Cuiabá responsável pela implantação do Projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono em dez fazendas de Alta Floresta, a agricultura não é o forte do município, cujos pastos abrigam 840 mil cabeças de gado, quarto maior rebanho de Mato Grosso. Mas as lavouras espreitam a apenas 300, 400 quilômetros dali, em cidades como Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. Por enquanto, elas até favorecem a pecuária de Alta Floresta, ao tornar mais barata a comida do boi, por conta da distância curta, que barateia o frete. Mês passado, a saca de milho era vendida a menos de R$ 10 por lá. No Sul, valia R$ 24. “Mas a pecuária terá de se verticalizar, tornar-se eficiente, competitiva e buscar qualidade sem abrir novas áreas. É questão de sobrevivência”, enfatiza Vando Telles de Oliveira, de 32 anos, gestor do projeto.
Segundo números do Instituto Centro de Vida (ICV), entidade de Cuiabá responsável pela implantação do Projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono em dez fazendas de Alta Floresta, a agricultura não é o forte do município, cujos pastos abrigam 840 mil cabeças de gado, quarto maior rebanho de Mato Grosso. Mas as lavouras espreitam a apenas 300, 400 quilômetros dali, em cidades como Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. Por enquanto, elas até favorecem a pecuária de Alta Floresta, ao tornar mais barata a comida do boi, por conta da distância curta, que barateia o frete. Mês passado, a saca de milho era vendida a menos de R$ 10 por lá. No Sul, valia R$ 24. “Mas a pecuária terá de se verticalizar, tornar-se eficiente, competitiva e buscar qualidade sem abrir novas áreas. É questão de sobrevivência”, enfatiza Vando Telles de Oliveira, de 32 anos, gestor do projeto.
0 comentários:
Postar um comentário